sábado, 8 de outubro de 2011

Sir Elton John

Nunca mesmo havia pensado em ir a um show do Elton John. Sempre gostei. Mas nunca foi, digamos, um sonho. Pois foi maravilhoso quando esse não sonho se realizou.
Aconteceu em um local extravagante como ele sempre gosta de ser: no The Coliseum, fabuloso teatro dentro do Hotel Caeaser s Palace, em Las Vegas. Eu já estava impressionada com a cidade toda - local de puro exagero em tudo, seja na estrutura, nos hotéis, na jogatina e na bebedeira de seus freqüentadores num ambiente que dispensa a informação de ser manhã, tarde ou noite. Mas quando Elton entrou literalmente brilhante no palco começaram alo quase duas horas de beleza. Daquelas inesquecíveis.
O piano que dá motivo à turnê One Billion Dollar Piano é um Yamaja criado por ele, percebe-se em um instante como eles nasceram um para o outro. Parecem uma só coisa que se transforma em música. Das boas. O som é perfeito, a conversa sempre interessante e até a alegria de ter de tornado pai está ali: em cada tecla e brilho.
Gentil, honrando seu título de Sir, homenageia as boas marcas que Elizabeth Taylor e suas lutas deixaram no mundo. Com competência, comanda uma sucessão de vídeos vistos no telão e até em seu magnífico piano. Feliz, agradece e vibra com cada reação do público. Pois sabe que está ali por ele e para ele.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

To Beatles, with LOVE

Aconteceu sábado passado. Sempre pensei que os artistas do Cirque Du Soleil tinham um peso diferente do das outras pessoas. Será que era peso mesmo a questão? O que, afinal, eles têm?
Assistir ao espetáculo deles LOVE, todo inspirado nos Beatles, é uma experiência incomum. Junta tudo: beleza, boa música, graça. Eles não são os mesmos humanos que nós, pensamos sentados na última fileira da arena localizada no The Mirage Hotel, em Las Vegas. Vejam, eles voam! Sobem até o teto, viram de ponta cabeça, e flutuam em uma inesquecível leveza sob e sobre um lençol branco gigante em Within You, Without You.
As canções são costuradas como uma colcha de história, em que vemos o que os tais Fab Four fizeram ao mundo e o que eles fizeram em mim. Me vi lá, querendo contar e compartilhar dessa mesma história, com cada sorriso deles, salto, voo. Quis recordar minha infância ao lado da minha família. Lembrei da coreografia que eu sempre tentava fazer quando meu irmão colocava Come Together na vitrola. Eu estava lá com eles, na plateia e no palco.
E quando um grupo de americanos acharam que era mais importante estar bêbado em Las Vegas do que estar enebriado pelo Cirque dos Beatles, fomos britanicamente convidados a descer e ver tudo bem de mais perto do palco. Nossa, eles são humanos! Tem pernas, braços, tronco, dentes, olhos, como todos nós. Mas voam, dançam. Esta é a principal característica de LOVE do Cirque Du Soleil. A dança. Não no sentido óbvio. Dançam Beatles. Dançam em nós. Dançaram com as minhas lembranças. Dancei com eles.
O que eles têm, afinal, de tão diferentes? Treino e talento. Não no sentido óbvio. Não no sentido de agradar a todos. Não no sentido que esperamos. Vibram em nós, pulsam como nós, para nós. Para quem realmente quiser.

terça-feira, 29 de março de 2011

Mary Poppins de Ubatuba


Hoje vivi um momento daqueles que fazem jus ao nome do meu blog, vivo de coincidências. Rodamos chuva abaixo atrás de um restaurante gostoso, especial, bom para quem está de férias e suficientemente satisfatório para compensar o fato de a gente não ter sol para curtir a praia. Paramos no excelente Picanha na Tábua, fizemos o nosso pedido e, enquanto aguardávamos chegar, eis que uma senhora toda de rosa, com uma trança no cabelo e andando ereta na bicicleta do jeito que Mary Poppins fica ao subir e descer com seu guarda-chuva, sabe?
Ela estacionou sua bicicleta na frente do restaurante e entrou. Falou com alguém lá dentro e voltou para a frente de nossa mesa. Parou, apresentou-se como Elisabete e uma cuidadora de cães de rua da cidade. Bem coisa de se desconfiar, claro, mas ela emendou dizendo que era uma contadora de histórias e nos perguntou se a gente conhecia bem a história completa de Ubatuba.
_ Não.
Ouvindo de nós esta deixa, não parou de falar. E foi maravilhoso. Falava bem, era envolvente, me perdi na história, aquela que um dia aprendemos a escrever com H maiúsculo.
Ela foi embora após 5 reais e não saiu sem antes nos dar uma foto do Casarão, a casa de cultura da cidade e nos dizer que havia uma exposição de fotografia lá. Teria casal melhor para ela dizer isso?
Nos animamos a encontrar o lugar e a coincidência mais maluca viria a seguir: era uma exposição de fotos da atriz Cristina Prochaska, que fez um milhão de novelas nos anos 80. E fotos maravilhosas (como esta que vocês estão vendo), dedicadas ao pai que a ensinou a arte. A primeira era um lindo detalhe de uma bicicleta, o meu "alvo" favorito de fotos. E todas as imagens ampliadas em um tipo de impressão ecologicamente correta que alterava a textura e dava um efeito muito, mas muito interessante.
Tudo encadeou-se para encontrarmos a senhora, que contou uma história, que nos levou à exposição.
São encontros simples como estes que fazem a vida.

sábado, 1 de janeiro de 2011


Lá foi 2010.
E suas cores, flores.
E suas canções, gritos ao ídolo.
E os trabalhos, cansaços.
E as piadas, risadas.
E as emoções, lágrimas.
E as dúvidas, soluções.
Um ano que escrevi pouco aqui e demais lá. Por um Mundo Melhor, que virou livro, que virou meus dias e hoje minha realização.
Revi amigos, Nova York. Conheci a Disney, novos amigos. Reli tanta poesia. Vi a vida passar depressa e quis desacelerar. Não consegui e uma gastrite fez isso por mim.
2011 chega volto com as ideias. Ideias de um ano agitado, intenso. Ideias de começar novas vidas. Ideias de ser diferente. Ideias para ficar mais com quem amo. Ideias de felicidade.