terça-feira, 29 de março de 2011

Mary Poppins de Ubatuba


Hoje vivi um momento daqueles que fazem jus ao nome do meu blog, vivo de coincidências. Rodamos chuva abaixo atrás de um restaurante gostoso, especial, bom para quem está de férias e suficientemente satisfatório para compensar o fato de a gente não ter sol para curtir a praia. Paramos no excelente Picanha na Tábua, fizemos o nosso pedido e, enquanto aguardávamos chegar, eis que uma senhora toda de rosa, com uma trança no cabelo e andando ereta na bicicleta do jeito que Mary Poppins fica ao subir e descer com seu guarda-chuva, sabe?
Ela estacionou sua bicicleta na frente do restaurante e entrou. Falou com alguém lá dentro e voltou para a frente de nossa mesa. Parou, apresentou-se como Elisabete e uma cuidadora de cães de rua da cidade. Bem coisa de se desconfiar, claro, mas ela emendou dizendo que era uma contadora de histórias e nos perguntou se a gente conhecia bem a história completa de Ubatuba.
_ Não.
Ouvindo de nós esta deixa, não parou de falar. E foi maravilhoso. Falava bem, era envolvente, me perdi na história, aquela que um dia aprendemos a escrever com H maiúsculo.
Ela foi embora após 5 reais e não saiu sem antes nos dar uma foto do Casarão, a casa de cultura da cidade e nos dizer que havia uma exposição de fotografia lá. Teria casal melhor para ela dizer isso?
Nos animamos a encontrar o lugar e a coincidência mais maluca viria a seguir: era uma exposição de fotos da atriz Cristina Prochaska, que fez um milhão de novelas nos anos 80. E fotos maravilhosas (como esta que vocês estão vendo), dedicadas ao pai que a ensinou a arte. A primeira era um lindo detalhe de uma bicicleta, o meu "alvo" favorito de fotos. E todas as imagens ampliadas em um tipo de impressão ecologicamente correta que alterava a textura e dava um efeito muito, mas muito interessante.
Tudo encadeou-se para encontrarmos a senhora, que contou uma história, que nos levou à exposição.
São encontros simples como estes que fazem a vida.