sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O que me darão em troca?

Semana passada, ouvi meu professor setenciar:
- O CD tem mais um ou dois anos de vida. Não vai passar disso...
Aquilo ressou em mim por dias. Ressoar. Como será esta ressonância agora?
Quando ouvi isso dos vinis, em troca me deram o CD, um formato tipo "pocket" do que eu tinha grande. Eu sei que jamais sentiria o impacto de uma capa tipo Sgt Peppers. Nem da felicidade-bônus de um quase pôster do U2 em Joshua Tree. Mas eu tinha ali outro tipo de arte, de idéia, de jeito de guardar.
O que tenho agora?
Todos com a mesma cara da Sony. Todos com a mesma cor prata espelhada. Todos escritor com a mesma caneta para CDs. Todos iguais.
E as junções?
David Bowie agora pode estar lado a lado, faixa a faixa com Chico Buarque. Living Colour em companhia de High School Musical.
Promíscuos tempos digitais.
Possibilidades incríveis. Chances de ter, ouvir, ver, assistir.
Temos um e outro.
Mas com qual cara?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tempo, tempo

Eles deram um nó no tempo.
Todos os antigos conceitos, preconceitos e pré-conceitos chegaram ao fim. Quando se encontraram, de fato, recomeçaram.
Renovaram idéias, sonhos. Trocaram de posições no tempo. Ele é mais novo e ela, mais velha. Mas vivem mudando de papéis. Juventude ou inexperiência? Experiência ou maturidade?
Eles brincam com os dias, guardam datas. Transformam os minutos, os sorrisos duram mais do que o comum.
Fazem o mesmo com cara de novo. Voltam nas lembranças para reapresentá-las um ao outro. Acham tudo diferente. Revêem-se. Vencem.
Divertem-se tanto com o tempo que comemoram aniversário no dia em que as pessoas lembram os finais dos finados.
E muitas vezes nem se dão conta que o tempo passa assim mesmo. Ou é o tempo que não está dando conta deles?