domingo, 4 de abril de 2010

A um passo de um dia de fúria


Filas... ai, as filas. Basta ter um problema com celular - e ser "convidado" pela atendente via telefone que o caso só será resolvido pessoalmente, na loja - para já imaginarmos a fila.
Pois fui acompanhar um cliente em uma loja Vivo, a do Shopping Villa-Lobos, com um problema bizarro: o Iphone dele com acesso a internet ilimitado não acessava a dita cuja de maneira alguma. Ao contrário do que previ, o atendimento foi rápido e bom apesar de não poder resolver o problema na hora. Sim, pasmem: a Apple, nossa perfeição e amada fazedora de tecnologia que aceitamos tão bem, fez um Iphone com defeito. Vamos trocar assim que chegar um na loja.
De problema ainda no bolso, mas com esperança de solução - sim, será que os seres que nos atendem a todo o lado podem finalmente entender que se não há uma solução imediata, que pelo menos nos dê uma boa satisfação que a gente aceita com paciência? Cliente não é burro, oras! - fomos em busca de ir embora do Shopping Villa-Lobos.
Rodamos o lugar até achar o caixa para pagar o estacionamento. Demos o cartão, o dinheiro e pumba! "Um minuto, senhor, porque o cartão travou". Travou? Tá e como faz agora? Ela pega seu walk-talk e chama alguém. Minutos, minutos, minutos, minutos... 20 se passavam e nada.
- Não há como ter aí um cartão extra, pra liberar a gente?
- Não, nada acontece se esse cartão não sair da máquina.
- Não há como ter um segurança lá embaixo, avisado, que possa nos liberar?
- Não, nada acontece se esse cartão não sair da máquina.
Já comecei a me imaginar lá velhinha, sem banho - não há chuveiros em shoppings, há? - sendo acusada de largar o trabalho, meus familiares indo lá me visitar, eu me tornando notícia de jornais tipo o personagem do Tom Hanks em O Terminal. Justo eu, que não tenho o menor saco pra shopping sem ter um motivo específico...
E fui ficando lá. A cada um que parava, eu dava notícia:
- O cartão travou a máquina, não está funcionando.
Contei uns 12 ali,
Enquanto meu acompanhante tentava convencer a caixa que ele poderia ajudar - "você tem um clipe?", foi a última coisa que eu ouvi sair da boca dele antes de olhar para frente e encontrar um casal de amigos e pensar "nossa, vivo de coincidências mesmo".
- Ah agora entendi porque estou passando por isso! - brinquei com eles e realmente acreditei no que falava. Enquanto me distraía, meu acompanhante, sim, pegou o clipe, enfiou na máquina e ajudou a pessoa a tirar o cartão. Estávamos livres!!! Sem ficar velhinha no shopping Villa-Lobos!
Despedimos dos amigos, descemos felizes rumo à liberdade. Mas isso não foi tudo.
Quando colocamos o famigerado cartão na máquina, observados por um daqueles garotos que ficam ao lado da cancela vez ou outra, ele travou. Claro.
- Senhor, por favor vire para cá.
Achamos que era algum problema com uma saída e ele então estava nos encaminhando à outra.
- Continue reto.
Como assim? Para onde vamos?
Um rapaz nos encaminhou para uma fila de carros, em direção oposta à saída. Parecia um pesadelo.
- O senhoe aguarda aqui que vamos resolver o seu problema.
Que problema?????
O rapaz não teve a capacidade de perguntar para gente sobre o comprovante de pagamento, por exemplo, o que comprovaria nossa total honestidade ali.

E voltamos para a saída. E saimos, claro, sem saber o que raios havia acontecido. Porque levar 40 minutos para sair de um shopping já era tempo suficiente para termos a conquista da liberdade. Não?
Grrrrr...