Aconteceu sábado passado. Sempre pensei que os artistas do Cirque Du Soleil tinham um peso diferente do das outras pessoas. Será que era peso mesmo a questão? O que, afinal, eles têm?
Assistir ao espetáculo deles LOVE, todo inspirado nos Beatles, é uma experiência incomum. Junta tudo: beleza, boa música, graça. Eles não são os mesmos humanos que nós, pensamos sentados na última fileira da arena localizada no The Mirage Hotel, em Las Vegas. Vejam, eles voam! Sobem até o teto, viram de ponta cabeça, e flutuam em uma inesquecível leveza sob e sobre um lençol branco gigante em Within You, Without You.
As canções são costuradas como uma colcha de história, em que vemos o que os tais Fab Four fizeram ao mundo e o que eles fizeram em mim. Me vi lá, querendo contar e compartilhar dessa mesma história, com cada sorriso deles, salto, voo. Quis recordar minha infância ao lado da minha família. Lembrei da coreografia que eu sempre tentava fazer quando meu irmão colocava Come Together na vitrola. Eu estava lá com eles, na plateia e no palco.
E quando um grupo de americanos acharam que era mais importante estar bêbado em Las Vegas do que estar enebriado pelo Cirque dos Beatles, fomos britanicamente convidados a descer e ver tudo bem de mais perto do palco. Nossa, eles são humanos! Tem pernas, braços, tronco, dentes, olhos, como todos nós. Mas voam, dançam. Esta é a principal característica de LOVE do Cirque Du Soleil. A dança. Não no sentido óbvio. Dançam Beatles. Dançam em nós. Dançaram com as minhas lembranças. Dancei com eles.
O que eles têm, afinal, de tão diferentes? Treino e talento. Não no sentido óbvio. Não no sentido de agradar a todos. Não no sentido que esperamos. Vibram em nós, pulsam como nós, para nós. Para quem realmente quiser.
post 0201
Há 9 anos
Um comentário:
Muito lindo Cris...O Cirque já é bom, daí junta com outra coisa totalmente excelente, The Beatles,
só pode dar nisso!!! Bjks
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