segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ano novo no zen

O silêncio era a melhor parte. Principalmente porque era o intervalo entre frases entoadas alternadas e entrelaçadas a sentimentos.
Meus sentimentos. Tantos juntos. Se houve dúvida em aceitar o convite de dois grandes amigos na noite anterior, em pouco tempo estar ali fazia todo o sentido.
As desconfianças e inseguranças ficaram para trás. Talvez retornem em um teste qualquer da vida.
Vida. Quanta celebração por ela. Em cada gesto, som, respiração. Nos olhares, nos sorrisos, nas reverências. Trocas. Experiências.
Se antes havia sido acariciada pelo barulho da chuva, tive a luz do dia, à minha frente, à espreita de um espaço, disputada com tantos corpos e almas.
Verdade. Estar ali por inteiro. Não há outra alternativa.
E as pétalas choveram. E aquilo que não sei o nome e que hipnotizantemente abria e fechava tocou-me por duas vezes. E passar pela Sensei é como olhá-la e sorrir: faz todo o sentido. E parece que o que te sustenta ali, parada, não são somente os pés.
Senti-me grata. Grata por ter vivido até ali. Grata por estar lá naquele momento e não em nenhum outro antes ou depois. Comecei a ver respostas. A razão – tal como costumamos concebê-la – não está. Não se trata disso.
Sinto-me como se tivesse novamente um abraço de mãe: religada. De volta. Estar de volta. É disto que se fala. Ter a vida de volta e a possibilidades. Todas as possibilidades. E como cheiram bem!
Olhei sem espantar.

Um comentário:

Mônica Brandão disse...

Cris, poucas pessoas podem ver o mundo com olhos de poeta como você vê. Parabéns e obrigada por isso. Ah, e não posso deixar de falar como suas caronas são importantes! O que me lembra outro blog...
beijos