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A morte de uma das pediatras mais amorosas que o planeta já abrigou me encheu de vergonha.
Não só por isso ter acontecido numa cidade devastada pela desumanidade de séculos.
Não só por ela estar lá naquele momento com um coração repleto de boas intenções e esperança, numa terra que não sabe dar amanhãs aos seus residentes.
Mas porque ela morreu com uma vida de missão mais do que cumprida. Ela valeu sua existência, ela usou essa chance de vida ao extremo. Acreditou, bolou, conseguiu.
Fico com vergonha de não fazer nada por ninguém tão significativo assim.
Vergonha de não aproveitar a chance do jeito dela.
Vergonha de olhar para ela e ser somente eu mesma.
Estou com orgulho de você, Zilda Arns. Mas com vergonha também.
Fique bem.