segunda-feira, 1 de junho de 2009

20 anos depois

Os cientistas que me desculpem mas as memórias são o sentimento mais mágico que existe.
Um som, um cheiro, uma parte de um todo e pronto: lá estão as lembranças dançando na nossa mente. Lá estamos nós envolvidos, entregues.
Hoje faz 20 anos que minha mãe não está mais ao meu lado. Sempre fico com medo de um dia ela se apagar de minha mente, afinal, estou mais tempo da minha vida sem ela do que vivi com. Me pego recortando o seu rosto em meus pensamentos, atenta aos detalhes, para não deixar passar nada. Mas as coincidências que vivo cuidam disso para mim.
Como aconteceu hoje. Eu estava com minha família em mais um dos belos encontros promovidos pela Casa de Livros. Um encontro que não só posso defini-lo como delicado: a palavra delicadeza é que deveria ter isso como significado. Explico: é quando Joana e seu pai Jean Garfunkel se unem ao guitarrista - o mestre - Natan Marques e deleitam poemas e canções sempre em nome de um livro. No sarau de hoje, o tema eleito foi o mar, por causa do lançamento de Sinais de Mar, o primeiro livro de poemas de Ana Maria Machado, lançado pela Cosac Naify. A emoção que sempre me toma hoje ganhou o auge: foi ao entoar para nós a cantiga Peixe Vivo que entendi a coincidência de viver aquilo. É a minha infância a minha mãe cantando a canção para mim. Voei para o passado como um peixe desliza pelo mar, suave, acolhido, certo de seu caminho. Meu coração agradeceu.

2 comentários:

MALU, SIMPLES ASSIM disse...

Como poderei viver? Como poderei viver? Sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia... :-)
Saudade, amiga! De vc e da D. Antônia!
Bjs.

Gaby Almeida disse...

Realmente a memoria é uma coisa magica, lembro da minha mãe cantando essa e varias outra musicas, lembro do seu cheiro... e não quero perder isso nunca...