sexta-feira, 25 de abril de 2008

Manoel palavra-nos

Manoel de Barros me inspira. Nenhuma novidade.
Não só pelas palavras e palavra-nos e pelas não-palavras. Mas pela liberdade. Manoel é livre. As palavras são apropriadas por ele, e devolvidas a elas. Ele dança. Em volve. Envolve. Joga. Pega de volta. É tudo dele, no fundo. Também nosso. Delas. Das palavras.

Este é dedicado ao Marcelo.

2 comentários:

Marcelo Cunha Bueno disse...

Essa é a boniteza em Manoel... que te em-volve, joga, inspira, coisa-te... e faz com que as tuas palavras me em-volvam, me joguem, me inspirem, me coisem... nesse dia que as leio! Hoje, você foi o meu Manoel!
Beijos com um carinho-vento,
Má!

Sady Folch disse...

"Contenho vocação para não saber línguas cultas. Sou capaz de entender as abelhas do que alemão. Eu domino os instintos primitivos. A única língua que estudei com força foi a portuguesa. Estudei-a com força para poder errá-la ao dente...Entendo ainda o idioma inconversável das pedras. É aquele idioma que melhor abrange o silêncio das palavras. Sei também a linguagem dos pássaros - é só cantar." (Manoel de Barros)

É Cristiane,você tem razão, nada como deleitar os pensamentos nessas palavras, como se estivéssemos deitados sobre uma pedra exposta ao sol, ouvindo o som das folhas das árvores, dos pássaros que passam, e ouvindo ainda dentro de nós ressoarem as palavras desse cuiabano maravilhoso que é Manoel de Barros.
Abraços
Sady