segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Poesia na cozinha...

Não, não é samba.
Hoje eu estava lembrando da minha mãe, como ela se divertia na cozinha. Primeiro, só cozinhava cantando. Sempre. Segundo, ria demais das coisas da culinária que não davam certo. Achava graça daquela clássica cena do leite derramando após ferver. Rolava de rir quando abria o forno e encontrava uma série de suspiros desmilinguidos. Também, acho que era a única coisa que ela não sabia fazer.
Ao contrário de mim, a minha irmã herdou este talento. Tudo que faz fica maravilhoso. Apesar de curtir seus momentos Ofélia, tem uma relação de amor e ódio com o fogão. Mas, sabemos, adora fazer a gente sorrir de satisfação em volta da mesa.
Ontem foi um dia especial. Ela preparou uma de suas delícias, o pão de minuto. Eu tinha de levar para a redação para uma foto na seção de culinária para crianças. Pois vivi o que não vivia havia anos: fiquei na pia com ela nos preparativos do pão, meu irmão puxou uma cadeira e nós ficamos ali, os três, rindo como em varanda de casa de interior. Era pura poesia de cozinha, com cor amarelo-gema, sabor de farinha e cheiro de queijo.
O pão de minuto ficou gravado na nossa memória. Aquela que o tempo não apaga, não termina. são estes encontros que fazem da vida um eterno valer a pena, não?

Nenhum comentário: