domingo, 19 de agosto de 2007

Os sabiás de nossas vidas

Venho falando muito de minha história, as tais raízes. Às vezes ela se evidencia quando menos espero. Para a entrada principal do local em que trabalho, há duas alternativas de caminho do estacionamento até ela. Eu sempre escolho a da direita, porque invariavelmente ouço os sabiás – e ocasionalmente encontro com um deles, ali, no chão. Para mim não há começo de dia melhor. Era assim quando eu ia para a escola, às 7h da manhã. Meu bairro é gentilmente tomado por eles, que nunca nos deixaram apesar das tantas mudanças concretas a seu redor. Assim, cresci tendo o hábito de apreciar o canto do sabiá. Vi na TV que os cantos não se repetem, cada um tem o seu.
Mas outro dia caminhava com minha irmã no parque quando, no meio de uma conversa qualquer, ela olha para cima e diz: “ah, eu sabia! Ele está bem aqui em cima. Vi que o canto tava próximo demais”. Eu nem pedi explicações, ela não precisou dizer sobre o que falava, pois eu já sabia: era sobre um sabiá, que vinha chamando sua atenção há voltas, e que fez tudo o mais diminuir de atenção. É daí que tudo vem.

Nenhum comentário: