Gustavo caiu na tigela de suspiros. Não, nada disso. Quem caiu foi Virgínia, da Marina, e na xícara de leite.
Gustavo estava cavocando a tigela de suspiro em busca da mãe. Ele tinha uma mãe-suspiro.
Muito desligada e doce – como qualquer mãe-suspiro – ela sempre deixava Gustavo preocupado. Depois do lanche, onde teria ela se metido?
Só mesmo o pai-cambalhota para encontrá-la. Sim, ele também era filho de um pai cambalhota. Alegre, dando voltas sem parar, o pai cambalhota levava a vida aos giros, no maior pique.
Atrapalhado em busca da esposa, o pai cambalhota tropeçou e rolou tigela de suspiro abaixo.
Gustavo, que era preocupado, mas não mal-humorado, caiu na gargalhada, daquelas que só um pai cambalhota pode provocar.
A mãe-suspiro, sempre distraída, foi pega de surpresa. Mal se deu conta de que estava perdida, pegou o marido rodando sem parar e o filho em lágrimas de tanto rir. Achou a cena tão estranha quanto engraçada e se pôs a girar e rir, como uma família unida adora fazer.
Só que o pai cambalhota não conseguiu segurar as próprias voltas e caiu por cima da mãe suspiro que virou quase uma paçoca. Mas não era esmagamento. Era abraço.
(para a Luciene e Gustavo, o filho poeta)
post 0201
Há 10 anos
11 comentários:
Me diverti com as imagens do pai cambalhotante e a mãe suspirosa. Muito gostoso, Cris.
Beijo
Cris, me senti num circo, envolvido por crianças e brincadeiras, e me peguei às gargalhadas junto ao palhaço que nos contava essa história.
Lindo...obrigado
Sady
Que bagunça deliciosa!
Bjs.
Poxa, bela definição dos pais, os meus eram assim...
Primeira vez que venho aqui, gostei muito.
Parabéns
Adorei a história e como vc a reescreveu, está linda!
E é engraçado ter um comentário de um Guilherme "Pião". Nada mais justo ele ter um pai cambalhota também, com esse sobrenome só podia ser assim! hehehe
beijo
Aquelas idéias meio soltas de um tempo atrás acabaram dando a cambalhota completa. Ficou uma delícia a sua história, Cris!
Bagunça deliciosa, abraço apertado de fazer mãe-suspiro virar passoca. Isso é amor, isso é familia, isso é alegrar o meu dia.
Cris,que lindo texto.Adorei a mãe-suspiro.
beijo
may
Cris,
Que emoção resgatar essa história...morri de saudades!
Anos depois, a mãe suspiro continua doce, o pai cambalhota dando voltas e muitos
pulos e o Gustavo, num misto de amor e bom humor, leva uma vida muito alegre.
Em resumo, uma família feliz e com o coração cheio de amor vermelho...lembra? rs
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