Hoje posso ver um mundo todo pela câmera de segurança. Mesmo ela se limitando a poucos metros. Mas posso ver.
O vaivém de gente é quase um assombro. Não pela quantidade, mas pela diversidade.
Vão e voltam. Senhores, moços, velhas. Crianças, cachorros e seus donos. O portão é fechado mas a olhadela escapa: 'quem sabe posso ver algo?' pensam inconscientemente.
Fico ávida por imaginar suas histórias. Quem deles é casado, conhece Paris, experimentou saltar de paraquedas, perdeu um ente muito querido? Qual deles é advogado, tem 10 anos, adora passear no parque, acorda cedo para comprar pão quentinho na padaria?
Qual deles carrega um grande arrependimento? Qual deles já evitou uma tragédia e salvou a vida de outro? Será que heróis, vilões, mocinhos, sobreviventes, poetas, artistas, burocráticos, amantes, grandes amigos, mães, pais habitam segundos desta câmera?
post 0201
Há 10 anos
2 comentários:
Ufa, não sou maluco então... eu sempre penso nessas coisinhas.
Beijos
ficar imaginando o q se passa na cabeça dos outros é muito legal... gosto de fazer isso no onibus ou na rua mesmo... heheheh
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