O Natal na minha infância era a alegria da minha mãe. Ela acordava cedo, preparava tudo para ceia, contava com a ajuda da minha irmã e o meu bisbilhotar constante, querendo sempre saber, mexer, ver, sentir, experimentar. Isto me dava a impressão de que a noite começava sempre já ao amanhecer.
Houve alguns em que adversidades deixaram entrar tristezas. Penso nestas noites sempre com muitas dúvidas. Não hoje. Mas dúvidas daquele instante. "O que acontece aí no mundo dos adultos de tão complicado?", talvez eu pensasse.
Depois que ela morreu, deixamos a vida nos levar para natais muito diferentes, em outros cenários. Até que - não sei exatamente como - decidimos que ficarmos juntos de novo era a melhor pedida. E continua sendo.
A gente se reúne, brinda, ri. Come, saboreia, elogia-se, bebe e comemora. Não sei se o nascimento de Jesus, na verdade. A gente comemora estar junto. É como se fosse um domingo mais especial que os outros. Ficamos felizes porque temos muito prazer de ficar junto. Celebrando a vida.
post 0201
Há 10 anos