Eles me levaram longe. O documentário Titãs A Vida Até Parece uma Festa é, sim, com cenas gravadas na intimidade da banda.
Mas eu estava ali.
Em frente à televisão de sábado tentando entender aquele mexer de oito corpos. No gargarejo dos shows, cantando todas as letras, fugindo dos mais exaltados em Polícia.
Eu estava ali com minhas amigas à porta do camarim, à espera de um sorriso, um alô.
Tive muitos, cantei muito, vivi com eles, era pretexto para mais amizades. Tem coisa melhor a se provocar?
Fui para a minha sala, a vitrola, as capas e encartes, os detalhes, a poesia, o protesto: a voz da minha geração.
Meu primeiro show.
Assistindo à intimidade deles me vi ali. Senti de novo o sucesso, a saída de alguns, a mudança de todos.
Chorei com eles diante da morte. Encolhi meu peito ao ver o Arnaldo (eu o chamo assim, sim!) encolhido. Encolhido de dor, de saudade.
Vi uma história e fiz parte. O tempo todo.